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18 de abr. de 2016

Hoje eu te vi




Hoje eu te vi, no meio do ônibus lotado estávamos nós, você sentada olhando para fora e eu te olhando a dentro. Hoje eu te vi, mais que nos dias que te tive ao meu lado, como você estava linda, mesmo cansada, linda. Dava para ver nos seus olhos e te ouvi comentar como estava corrida sua rotina, fiquei feliz em saber, ouvi falar que mesmo assim era grata a Deus por tudo que está fazendo, o que há tempos queria e gosta. Hoje eu te vi a dentro, mais do que seus olhos grandes e marcantes, sorriso que instiga, alça do sutiã que sempre me arrepia e passagem de mão nos cabelos armados - leonina. Hoje eu vi teu interior, de mulher batalhadora no intervalo de suas lutas, a qual não desiste de nada que queira verdadeiramente, porque você é a pessoa mais verdadeira que já conheci. Sorri, abaixei a cabeça com medo que me visse e de alguma forma aquela bela visão e análise fosse interrompida. É, análise, não é só você que vê Psicologia nas coisas e pessoas, naquele momento lembrei-me de muitas de suas palavras, Freud ao te ver pensaria em muito mais coisas que libido, se até eu pensei. O desenvolvimento humano é incrível mesmo, precisei não ver, perder, pra enxergar e sentir. Doeu, notei tua aliança de noivado, foi um puta baque. Jamais pensei que outro homem além de mim fosse planejar te pedir em casamento, você não entende né?! Somente eu poderia te querer e ter, eu achei que ia ser sempre assim, vai ver por isso vacilei tantas vezes que perdi a conta, você mesmo não sendo de exatas tinha na ponta da língua cada vacilo meu - oh, que língua! A essa altura eu já havia me aproximado mais de você, passei a sentir teu cheiro, fui traído pela memória que juntamente do teu cheiro trouxe as lembranças. Por todos esses meses estava certo que havia esquecido cada traço teu. Eu já estava soando frio e não conseguia tirar os olhos daquela maldita aliança que eu não havia te dado. Finalmente eu te vi a dentro. O quanto eu perdi hein? Maldito o que te tem. Te ter no modo de falar, você sempre tão livre e certa de tudo, inúmeras vezes me emburrei por isso. Eu tinha em meu colo a menina moleca sapeca mais divinamente mulher, de carne e alma, do sorriso largo que chega se achegando no ombro ao alto e com braços que entrelaçavam o mundo. Ela era tudo, ela foi tudo, ela é tudo, agora no colo de outro. Hoje eu te vi, por que não ontem?

2 comentários:

  1. Amoooooo seus textos! Esse não poderia ser diferente, amei!

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  2. Amoooooo seus textos! Esse não poderia ser diferente, amei!

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