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25 de set. de 2014

Um doce




 Essa tua ausência de palavras me deixa embriagada. A cada dia nasce uma esperança de uma atitude sua, fazer o que se eu sou assim, inocente pro amor? Banhei-me pela manhã a conversar com meu corpo, foi declarada a falta que sente de ti e suas mãos fortes, lábios carnudos e tão doces, a barba, ah a barba, inquieta ao me fazer gargalhar e arrepiar. A água quente já não faz o papel que de praxe é seu e não vem cumprindo, a dor de cabeça após iniciar o pensamento diário já não é resolvida apenas com um comprimido. Nossas músicas me causam náuseas, logo eu filha de marinheiro. 

Teimei em adentrar mar desconhecido, me aventurei em teus braços em noites tempestuosas, ao fim o sol veio sempre à raiar. Que falta me fazem noites como aquelas, após o vendaval em minha barriga, sentir o quentinho do sol raiar em seu sorriso e refletir em meu peito. Um doce! Apetitei-me para você indagando onde foi parar tua doçura pela qual me apaixonei. Em vão, passei a colecionar teus olhares frios e descasos, por mais vazia que me sentisse eu estava transbordando você. Cada fio do meu cabelo tem teu cheiro, embriago-me a cada respiração. 

Eu queria estar te contando como foi meu dia e te sentindo curioso a cada palavra minha, como é naturalmente. E quando mencionasse que senti tanto tua falta que uma hora até fôlego faltou, você me acalmaria ao sorrir raiando o sol de ti á mim, esquentando-me com teu amor. Deitado em minha barriga e comigo lhe fazendo cafuné enquanto admirava teu olhar. Ranzinza como veio se fazendo nem pra isso arruma mais tempo, nota a alpargata nova que comprei porque descuidada como sou deixei jogada pela casa. Mesmo que ranzinza bem sei o doce de pessoa que é, entre sua cara emburrada pela segunda-feira e minhas coxas que se cruzavam sussurrei a falta que sentia da tua doçura e calor, olhou-me profundo e quando achei que resmungaria agarrou-me firme pela cintura deitando-me no sofá. Beijou-me doce cada parte do meu corpo, sorri faminta feito abelha à procura de mel. Um doce. Fez-me descruzar as coxas e pernas, apalpou-me firmemente em forma de dizer que havia voltado, mesmo perto, estava sentindo falta. Findamos ali a falta um do outro, enchemo-nos de nós com o sol raiando de um pro outro após uma noite sem tempestade.

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