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22 de mar. de 2014

Eu tô de ombro pra você




Já que você não foi mais me querer ó: Eu tô de ombro pra você!

Ainda assim meus olhos te seguem, aquela típica olhada de rabo de olho, por cima do ombro. Você enjoado do meu perfume adocicado foi inventar de sentir os amadeirados de outras, de boca a formigar decidiu degustar o amargo das outras bocas, varado de fome foi comer por outros pratos que não o meu, por querer ignorar que é do meu tempero que mais gosta. Você foi inventar de não mais me querer e procurar em outras o que Deus deu só pra mim, o que Ele detalhadamente tracejou e plantou em mim. O que por diversas vezes você colheu se sentindo satisfeito. Mas quer saber? Eu tô de ombro pra você! E bem sabe da imensidão da minha personalidade e orgulho.
 
Dou risada das suas tentativas frustradas de encontrar alguém melhor que eu, afinal pra te aguentar quem mais conseguiria? Tem que ser muito mulher, o que nem meia dúzia de mina pentelha de pernas abertas pelas ruas de São Paulo são ou se comportam ao sentar. É não precisar de um copo de álcool pra se garantir entre quatro paredes ou até mesmo numa esquina.  Vou dormir de cara limpa e acordo mais mulher que qualquer uma que pela manhã já se produz como que para um desfile. Eu tô de ombro pra você e curvo-me ao gargalhar da sua ridícula hipótese de encontrar em um bar ou boate alguma que chegue aos meus pés, você sempre me fez rir, confesso. Mas dessa vez gargalhei incontrolavelmente enquanto te olhava de rabo de olho se rebaixando pelas mesas de mulheres fáceis, logo você que sempre foi o tipo do cara de ego inflado por mais difícil que fosse a mulher. Inflei teu ego por duas vidas até, você sempre me disse que nunca soube o que eu vi em você, o que me fez prender as pernas, mãos e boca em você por mais de uma noite. É que por eu ser muito me dei a você que sempre quis receber mais do que devia ou poderia, recebeu quase tão bem se não fosse tão você.
 
Ainda que me mantenha de ombro pra você conhece certeiramente o caminho da minha cintura até o pescoço que me faz arrepiar e virar-me para te encarar, um lance de olhares e seu perfume invade meus sentidos, gargalho, não mais incontrolavelmente como antes, agora afagada em seu tronco que me reveste como meu casaco de inverno dando a garantia de aconchego e proteção. Não suportou por muito tempo os perfumes amadeirados, voltou ao meu adocicado. A boca formigava mais ainda agora, á procura da minha, retornou com a saudosa saudade do meu prato xadrez de partes azuis e ao meu tempero se rendeu mais uma vez, colhemos o que essa relação que foi sem saber como voltar voltou, ambos satisfeitos de saldo grandioso.

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