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11 de jul. de 2013

Porre de saudade





E não há quem me tire essa preguiça que trago entre um olhar sério e nariz empinado, até sorrio e solto gargalhadas estrondosas que para muitos é sinônimo de felicidade, mas não defino assim minha fase. Sou a prova de que alguém pode viver e ter saudade ao mesmo tempo, vivo aqui com essa saudade daí. Eu que nunca fui do álcool ando tomando porre de saudade ao fechar os olhos e sua imagem em minha mente se fazer, respiro profundamente e minhas narinas são enganadas pela lembrança de seu perfume, afagava-me pelos cabelos que em meus olhos caíam, encarava-me sorrateiro e risonho logo em seguida. Eu havia conhecido o cara mais distraído do universo e me distraí a viver assim, sem notar qualquer preocupação que fosse. Tendo a distração como dom andou por não ver pontos bons o bastante para se manter ao meu lado, cansou-se de mim antes mesmo de conhecer cada traço e amplitude de minha personalidade. Eu não o culpo, inúmeras vezes cansei das minhas atitudes e reflexo no espelho. Diferente de você eu nunca pude me ignorar ou me livrar do que simplesmente não me agradava. Até do meu orgulho que sempre me acompanha eu abri mão nessa última semana para que você me lesse. Abri mão, desliguei a mente e resolvi ouvir apenas as batidas do meu coração, subestimei erroneamente seu sorriso, mantive a certeza que com um sinal meu ele fosse aparecer e permanecer, mas não, está ele em tua boca escondido e faz marra diante do meu que se manteve de canto e vergonhoso. A ressaca torna-se mais forte na madrugada ao lembrar-me que você tem seus hábitos noturnos, me reviro em lençóis sem ouvir o som de mensagem ou ligação, vou eu então buscar boa noite só com a parte noite, ainda que demore. Só hoje pela manhã tomei 3 porres de saudade e ainda assim me mantive distante, de pé e marra abundante. Me mantenho aqui com essa saudade daí. Eu que nunca fui do álcool ando tomando porre de saudade a cada vez que lembro dos meus atos enquanto sóbria e não vejo remédio que cure mais um vômito de alívio que ter seu perfume em meu pescoço e afagos por meus cabelos, os dois a sorrir.

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