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23 de mai. de 2013

Fala vai





Fala, vai... Faça alguma coisa além de tentar decifrar as pessoas com esses olhos negros como o céu quando a noite o invade, atiça de forma valente e deixa todos confusos - eu sempre o campeão de tudo que se refere a você, mesmo sem te ter, fala vai. Enfia teu dedo indicador na garganta abrindo espaço para as palavras que em ti já não cabem mais, as palavras que se contorcem e pedem para sair e são as mesmas que o mundo te rodeia para contemplá-las de forma nunca vista por ninguém - eu de canto na minha querendo estar na sua, sentaria e te escutaria como por tanto tempo quis, mas nem tempo tive. Fala, vai! Fala antes que se afunde nelas e não tenha tempo de nada mais que um último suspiro além do da saudade que mora em teu peito e ainda não foi sufocada pela mesma - o meu permanece a crescer cada vez que falam teu nome e um sopro em meu ouvido sinto, me arrepio. Fala, vai! Antes que seja tarde, antes que morra encoberta por tuas palavras nunca ditas e embaralhadas nessa tua mente conturbada.  É tão mulher, segura de si que em meus braços parecia não mais caber, mas coube por meses - e que meses. Eu sinto falta até de você me xingando de bronco e gargalhando da minha cara por levar um susto, me queimar com o cigarro e café no pé. Bronco, o que por sua marra e gentileza se viu perdesse de amor, se encantou pela marca de batom vermelho deixada na gola da blusa. Bronco que sente falta até de suas broncas, fala vai. Vem que eu te espero e abaixo a crista deixando você soltar as palavras que em ti contorcem, para você o bronco tem todo o tempo do mundo, para você eu tenho uma vida inteira para construir. Vem que eu te espero com esses seus olhos negros que ainda não sendo de noite invadem minha vida sem pensar no que eu possa pensar, fala que eu sou teu campeão e que te ganhei nem que seja ao menos por mais uma noite. Fala vai, vem que eu te espero.

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