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9 de jul. de 2012

Idiota ele. Trouxa eu.





Nunca voltei de uma ida ao dentista com tanta felicidade como daquela vez. Saltitei o caminho inteiro, ninguém tirava o sorriso no meu rosto. Um consultório odontológico não parece ser o lugar mais indicado para conhecer alguém eu sei, mas foi onde o conheci. Conheci o mais novo e belo motivo para o meu sorriso.

Meu sorriso tornou-se transparente mostrando as características daquele menino. Carinhoso, sincero, simpático e engraçado. Que ao mesmo tempo era quieto, impossível de projetar um som se quer quando estava em minha presença. Fazia-me de um todo envergonhada, por mesmo sem ele me dizer eu já sabia que não poderia ser escolhida. Por ele e seu amor. Idiota ele! Aos seus olhos eu não passava de mais uma amiguinha, via nas minhas amigas mil motivos para se interessar, meu saldo nessa jogada era negativo. Trouxa eu.

Um dia por falta de mais jogadoras me tornei sua única opção e finalmente escolha. Escolheu uma terça-feira ou havia sido ela que nos escolheu.

Foi na escada do meu prédio mesmo. Passados 7 anos ainda consigo sentir as sensações daquela noite do dia 19. Foi como se estivéssemos em uma montanha russa – passei tanto tempo em sua fila e finalmente era a minha vez. Em minha barriga não era um vento que sentia, era mesmo um vendaval. Como se a minha música preferida estivesse tocando alta e baixa em certos momentos. Na boca os sabores dos melhores doces do mundo. Aos pés nuvens feito algodão, fazendo me sentir flutuar a cada segundo que estava em seus braços.

Poderia passar horas recordando o que havia se passado naquele lance de escadas do meu prédio. Sinto-me bem. Após aquele dia, 19 tornou-se o meu número de completa realização. Meu presente de Natal havia sido entregue por aquele menino antecipadamente e olha que em 2.008 eu não havia sido uma menina tão boa assim (risos).

E que viesse assim em tantas outras datas, comemorativas ou não. Como era de se esperar não veio, dele tornei a receber o sentimento de amizade. Afinal, esse era o único sentimento que eu despertava nele. Idiota ele!

Por todos esses anos é esse o único sentimento que ele acha que despertou em mim. Idiota ele! Como não havia notado o meu leve bambear de pernas, meus olhos brilhando mais que qualquer estrela no céu ou até mesmo minha respiração ofegante quando estava diante de sua presença? Idiota ele!

Trouxa eu... Se ele teve tanto tempo para perceber eu tive o mesmo ou até mais para dizer, gritar, agarrar e beijar. E o que fiz? Me mantive no pedestal de “amiguinha” que ele havia me colocado. Trouxa eu! É que entre tê-lo na minha vida apenas como amigo ou não tê-lo, implorei de joelhos secretamente ao destino que nos deixasse juntos.

Com o tempo deixou de morar perto, tornando-se amigo distante. Do tipo que quando chega se achega trazendo mil sensações. Todas as sensações de 7 anos atrás daquela sala de espera do dentista e lance de escadas. Torno a me sentir criança, apaixonada que deseja mais do que um dia terá. E mais uma vez, trouxa eu!

Mantenho-me apaixonada pelo sorriso dele. Por ele e todo o conjunto, mesmo não estando junto. Mesmo com o passar do tempo notei meu sorriso mais safado e leonino, feito o menino.

Um dia eu cobro todo o suposto tempo que perdi com você, um dia. Não vou deixar marcado na agenda, que o futuro me surpreenda. Mas admito que sonho com cada detalhe desse nosso “reencontro”. Porque mesmo depois de tanto tempo, vejo que ele é o motivo mais sincero do meu sorriso.

Nota da autora: Fui "desafiada" a fazer esse texto por uma amiga, sou completamente contra a essa história dela de amor em amizade, mas me rendi curiosa pelo futuro.

2 comentários:

  1. Amo seus textos, todos sempre lindos e que eu me identifico..

    beijoooos,
    www.desejosdemenina.com.br

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    1. Que liiiinda *-* E que honra um comentário desse vindo de você, muito obrigada!

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