Páginas

10 de mai. de 2013

Bom moço

 
 
 

Ele que de peito bem articulado e físico de competidor me conquistou, além de seus olhos serenos e voz de timbre grave que me tocava. Me arrepiou ganhando-me rapidamente por um instante nomeado sempre. Eu moleca enérgica havia sido dada a prêmio para o cara mais ameno da redondeza, sua calma me irritava, motivava em mim interrogações que eu antes nunca havia formulado e era incapaz de pronunciá-las por estar ocupada demais notando seus dotes de bom moço, ameno que serenizava meu olhar com o seu. Eu que vivi essas 20 primaveras apressada ignorando as flores que por meu caminho brotavam, acabei por tropeçar naquele olhar de bom moço me fazendo perder a noção do tempo assim em segundos.
 
Ele que intrigantemente intrigante vem me proporcionando oportunidades incríveis de desvendar cada traço seu, os mesmos que por eu ser detalhadamente perfeccionista decorei em cada traço no primeiro toque e olhar devorador, o devorei com dentes trincando e rangendo em um ato desesperador de euforia de minha parte. Eufórica sorrio firme e com traços fortes. Os traços do bom moço que tanto me intrigaram e logo após eu desvendar trouxe-me um êxtase de paixão. Sorri, pisquei... Amei. Estou amando cada traço de leveza e serenidade até o presente momento. Eu que com tanta energia me rendi a sua calma diante da cama em meio a madrugada fria que congelava meus dedos magros e ele os enlaçava com mãos firmes. Conversávamos, mas tão abafados entre lençol e travesseiros que nem as paredes nos ouviam. Seu tronco na parte superior muito bem articulado articulava-se ainda mais para se curvar ao meu, miudinho e quebrável visivelmente, curvava-se e me envolvia de forma protetora e ato de carinho. Calmo e sereno, assim também me fazia diante do bom moço desde nosso encontro de olhares e laços entre abraços.

Eu que sempre fui lotada de pressa me vejo admirar esse amor que vivo calmo como quem nota o bailar de uma borboleta ainda que lutando contra a força dos ventos não deixa de lado sua beleza, deixo-me ser levada por esse vento que repetidas vezes me levou para lugares vagos de encontro a pessoas ainda vazias de bondade. O mesmo que ficou com seu saldo negativo por tantas vezes me privar do riso solto e leve, do voo alto e libertador. O mesmo que varreu meu caminho retirando impurezas, mas que de longe era imperfeito deixando rastros que ainda me dão saudade. Eu que por tantos anos me encarreguei de prontidão da questão de levar o mundo a minha volta com imenso sacrifício sem fraquejar e admitir tal ato, hoje de traços firmes e marcantes sorrio sem culpa com essa sensação que trago no peito de leveza e realização.

Nenhum comentário:

Postar um comentário